segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Quase negros...


Estou sentada na sombra, sentada em baixo de uma arvore. O mundo parece mais fresquinho daqui. “Sombra e água fresca.” O dia está bonito, o céu está tão azul que chega a dar paz. Andei lendo uns textos antigos, textos de meses.
Eu posso dizer que mudei. Quem diria... Eu mudando. Sim, logo eu! Sempre achei que nunca mudaria. Eu e todo o resto também. Outro dia eu conheci um par de olhos quase negros, esses mesmo olhos que me servem tanto de inspiração. Eles me ensinaram umas coisas, uns jeitos e posições diferentes. Esses que eu aprendi a conhecer de tanto observar. E o dono dos olhos, que eu passei a conhecer por teimosia minha, por querer bem. Eu fui juntando muitos pedacinhos, gestos, olhares e frases. Eu conheci um homem incrível, de olhos lindos e alma encantadora.
Percebi que mudei, e agora?
Choro, agradeço ou entro em pânico? Lembro-me do primeiro texto que fiz. Lembro-me da vontade incrível de não fazer, mas aqueles olhos fizeram existir um texto em mim, então escrevi. Eu costumava ser durona, hoje eu estou tão boba e apaixonada. Escrevendo nos momentos de saudade e de felicidade.
Durante umas semanas eu me questionava “Como eu me deixar apaixonar? Onde errei?” Mas com o tempo eu percebi que eu não tinha muita escolha, aqueles olhos eram os olhos mais apaixonantes que eu já visto na vida. “Como alguém conseguiria não se apaixonar você?”
Eu me apaixonei sem sentir, tentei negar, mas já não conseguia resistir aqueles olhos quase negros.
Qual seria a graça de sentir se o dono dos olhos não puder saber?
Lembro da noite de lua cheia, lembro do inicio onde eu achava que seria só uma coisa boa e logo eu enjoaria, lembro quando me assustei por pensar nele antes de dormir.
Sim, eu mudei e ele nem sabe como eu era antes. Acho que sou melhor assim... Quase nem sinto vergonha de pagar esse tipo de paixão. Ele me faz feliz. Meu homem de quase dois metros, esse que parece um garotinho quando deita na minha barriga pra receber carinho.
Percebi que mudei... E agora?
Agora eu sinto saudade daqueles olhos e do barulho da risada. Saudade da cara de vergonha que me faz rir, do abraço do tamanho do mundo e que acalma meus medos. Saudade da infinidade de palavras que meus olhos me dizem em silêncio.
Percebi que mudei e estou feliz. Mudei e amo ser a primeira coisa que os olhos quase negros veem quando acordam.