Eu existia antes do toque dele, eu já era uma mulher incrível,
foda, quente. Gostosa. Não um corpo, entenda o que quero dizer, gostosa que faz
gostoso, que faz com vontade. Sem frescura ou problema. Eu tinha um corpo e
sabia usar. Quando se sabe transar, as regras do jogo não são difíceis. Vontade
é algo simples, quando ela surge, você faz o que precisa ser feito até ela
sumir. Tinha as minhas regras, meu código de honra sabia exatamente até onde
podia ir e me mantar a salvo. Acreditei que seria mais um, por que é isso que a
gente faz, não dá pra sair por ai procurando o amor em cada virilha que a gente
lambe. A região pélvica me instigava a procurar coisas, mas o amor nunca foi
uma delas.
Ele surgiu na minha vida, chegou como todos os outros. Gostei,
quis, peguei. Mas eu não queria que ele saísse de dentro de mim. Como isso
funciona? Simplesmente queria que ele passasse o tempo todo dentro do jeito
mais erótico que você pudesse imaginar. Detalhes não são necessários, já que o
sexo foi realmente maravilhoso, afinal de contas, eu sei meter. Mas aquele homem
respeitou minhas regras, jogou meu jogo, me deu uma canseira no meu território.
Eu amei. Em determinado momento me vi sendo a puta dele, não mais a minha puta,
era eu sendo dominada e gostando daquilo. Eu pensava: Vou precisar colocar esse
pau numa moldura. Será necessário!
O sentimento não chegava nem perto de ser amor, paixão ou
algo assim, era sexo. Sexo na essência da coisa. Ele não me fez mulher, não foi
o que mais me fez gozar na vida, ele completava o meu sexo. Fazia tudo que era
necessário, cínico e ordinário. Era um puto. Nossa, melhor classe de pessoas.
Juntou o puto e a puta, um bom time. Sempre quando a exaustão não nos permitia
continuar, ou até mesmo os compromissos da vida adulta, eu ficava me sentindo
incompleta. Um vazio diferente da vontade de transar, quase como se o emocional
da minha vagina estivesse sentindo saudade daquele pau.
Talvez essa relação
se tornasse um problema caso eu resolvesse namorar com alguém, mas até onde ela
existiu nunca me causou nenhum tipo de desconforto. Mas o homem saiu do país,
conseguiu um emprego bom e foi. Umas vinte e seis despedidas aconteceram, e eu
nem levei ele no aeroporto. Meu corpo sente saudade, o vazio acontece, mas
estou sempre mantendo ele preenchido. Nunca imaginei ir pra outro país pra
transar, mas meu voo é daqui à uma hora.
AMEI!
ResponderExcluirMuito bom!!
ResponderExcluirMuito bom, foda pra caralho pra ser bem sincera
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