segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A agenda.

Ufa, achei que ele não ia parar de mandar SMS. Toda hora, um saco. Tudo bem que ele deve estar bem confuso, eu terminei com ele sem avisar, se avisasse, não iria conseguir. No fundo, eu bem que gosto dele mandando mensagem, me ligando igual um louco, sinto que ele esta sentindo a minha falta, que realmente estava (ou ainda está) gostando. Eu me assustei com tudo, com ele, com a intensidade e sumi, sumi mesmo. Minha mente, minha experiência de vida, minhas cicatrizes, tudo isso estava me dizendo pra ficar longe, mas alguma coisa em mim, ou tudo que tinha em mim queria ficar, e eu ouvi meu corpo até onde deu. Eu, mulher já feita, era ninada como menina. Eu que era o porto seguro, era amparada por braços fortes, eu me acostumaria fácil com isso, mas a gente não tinha nada sério e eu resolvi a voz da experiência. Mas a infeliz, resolveu se afastar de assim que eu me optei por ouvi-la.
Uma semana depois ele parou de ligar, parou de mandar mensagem e eu comecei a me sentir a pior das criaturas, me senti adolescente, menina insegura sem ninguém para ninar-la. Quando resolvi te ligar, já era tarde, era tarde por que eu tinha apagados os teus números da minha agenda, e eu ficava na esperança de uma mensagenzinha só pra eu poder pegar teu numero e te ligar, te explicar, cobrar explicações, só eu te ouvir. Não sei ao certo se isso faz de mim uma mulher forte e cuidadosa... A vida me presenteou com cicatrizes, daquelas profundas, que doem quando o tempo muda, que deixam claro o trauma. Quem já se afogou, não vai desafiar o mar mais de uma vez. E eu... Eu estou querendo saber se fiz a coisa certa, querendo provas concretas se fiz a coisa certa. Querendo insistentemente saber, se foi certo sumir e deixar ele pensar que eu não estou mais afim, e assim, deixando o caminho aberto para outras serem ninadas e mimadas por ele.
Ele me fazia mulher, me mimava, me fazia menina, me ninava. Eu mulher, ninava o homem que se dizia meu.
E agora, mulher forte e corajosa que sou, fico aqui, esperando esse celular tocar, querendo uma oportunidade pra dizer que ando querendo ser tua menina, mulher. Por que meu peito anda apertado e eu ando me sentindo vazia, pelos cantos, por dentro. Eu não te dei a possibilidade de se explicar, nem sei ao certo se você tinha que fazê-lo, mas agora, eu que tenho que me explicar, mas não sei como fazer, não tenho como fazer... Eu perdi você, eu te excluí da minha agenda.

Um comentário:

  1. Oh meu Deus.
    Mulheres tem dessas coisas né?! Apaga da agenda, diz que não se importa, mas quando ele para de procurar elas ficam loucas, inseguras, entre outras coisas...

    Seu texto tá lindo amiga.
    Te amo. ♥
    Beijo.

    ResponderExcluir