Você diz que eu deveria agradecer a você por todo esse amor.
Amor que você insiste em afirmar ser real. Confesso já ter acreditado no teu
teatro, eu jurava que éramos pessoas de sorte pela pureza do nosso amor. O teu
amor me trai e não me respeita, teu amor me ridiculariza na tua mesa de bar de
confiança e eu apenas sinto que sou motivo de risos e compadecimentos. Eu te amo e essa
realidade me causa vergonha. A dependência desse teu amor que me fere e castiga
acaba sempre silenciando as minhas reclamações. Porque não importa onde você
passe o dia, se o teu ponto de descanso for a minha cama eu vou tentar me
convencer que você ainda tem algum tipo de consideração por mim.
Não poderia dizer que teu amor é totalmente ruim, meus olhos sempre otimistas, fazem questão de procurar e engrandecer suas qualidades, engrandecer o pouco de atenção e cuidado que recebo de volta. Olhos que valorizam qualidades e se fecham pras mentiras.
Teu amor já me feriu a carne, já me deixou com marcas do teu
ciúme sem sentido. Teu amor ainda me faz sangrar por dentro. Confesso com culpa e
o nojo de mim, que monto uma cara de confiante e sempre duvido quando alguém vem me contar as aventurar do teu amor, sempre tão meu.
Você usa meu corpo como eu não estivesse ali, aliviasse sem
se preocupar com as minhas vontades de mulher. Agarra-me enquanto dorme, me
cheira, faz carinho e eu chego a me emocionar com a delicadeza.
O teu amor me diminuiu como mulher, cortou-me a
independência e agora eu nem consigo ir embora. Na realidade, eu nem sei se quero...
Já não me reconheço mais. Meu amor, teu suposto amor me destruiu, pegou minha
auto estima e me devolveu como humilhação. Das vezes em que eu cheguei perto de
desistir, teu amor desceu do altar e veio chorando jurando lealdade, lágrimas
que sempre me amoleceram as pernas, calavam minha voz e criavam duvidas na minha
certeza. Teu amor nunca mais me arrancou sorrisos. Teu amor não é mais meu.
Amor, eu preciso viver. Por favor, preciso que o teu
amor me deixe em paz e deixe de amar.
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