Espero por dias em que eu passe quase perto da sua rua e não
me sinta quase completamente sua, ou quase completamente vazia sem você.
Você deixou de fazer parte dos meus assuntos de bar, mas insiste
em ser meu assunto de bêbada. A
lembrança do teu olhar quase me atravessa a alma, me arranca um pedaço e me faz
chorar. Mas eu sou forte, fiquei bem melhor depois que a insônia passou e eu
queimei tudo que tinha o seu cheiro. Eu precisava te arrancar de mim, o teu
cheiro me enlouquecia e eu te procurava sempre que caia no sono. Quase enlouquecedor.
Eu sou quase feliz, estou quase bem, quase em outra, e volta
e meia quase te ligo antes de dormir. Mas eu não sou culpada! A culpa é do trajeto
do meu ônibus. Ele passa quase perto da sua rua e alimenta a minha vontade de
te ver.
Talvez eu esteja louca, mas certamente eu ando morta de
saudade! Saudade de como você sabia anular a existência de tudo que me tirava o
sorriso, das orelhas, do jeito de umedecer os lábios. Saudade de achar que você
era meu. Ou quase.
Espero pelo dia em que eu não te veja em outros corpos, que
eu não lembre mais o seu cheiro e nem a textura do seu travesseiro, que eu
perca seu endereço e que eu não precise mais do “quase” pra tentar deixar a
minha situação menos patética.
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