sexta-feira, 15 de julho de 2011

Remorso.

Um milhão de coisas a serem feitas, não tenho nem ideia de como começar. Isso ai, parabéns pra minha desorganização, parabéns a minha capacidade de deixar tudo pra se fazer na final de semana. Não posso nem pensar em sair de casa. Uma droga, eu trabalho a semana toda, e no final de semana, nem posso me divertir. Acho que estou de mau humor, é melhor eu desligar o celular... Triiiiiiiiiiim! Tá bom né, a gente fala a palavra telefone e ele se manifesta, vou aproveitar e esse momento e dizer outras coisas, vai que rola né, amor, dinheiro, namorado... triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim! Ih... misericórdia!
- Alô.
- Oi, e ai, tudo bem.
Ai gente, hoje não é dia! Não, as coisas estavam ruins e agora estão péssimas.
- Tudo ótimo e contigo?
- Melhor agora.
Por quê? Falar com uma babaca te agrada?
- Hum.
- Então, esta de bobeira hoje? Quero te ver.
Merda.
- Estou sim, estava querendo mesmo alguma coisa pra fazer.
Mentirosa, m-e-n-t-i-r-o-s-a!
- Estou com saudade e com “aqueeela” vontade.
...
- Vem me buscar que horas?
- Daqui a umas duas horas, pode ser?
- Pode, até daqui a pouco. Beijo.
- Outro.
Bacana hein, esse telefonema era tudo que eu precisa hoje. Parece que tem um sexto sentido, que sempre o avisa as piores horas pra me procurar. E eu vou né, sempre vou, não tenho escolha. Se eu for eu vou me arrepender e ficar mal, e quem sabe, com sorte, eu consiga fazer alguma coisa de produtivo no que me resta de final de semana. E se eu não for, eu vou me arrepender e ficar mal, vou ficar imaginando coisas idiotas, pensando em zilhões de possibilidades e me torturando mais um pouco.
Gostaria de ter uma saudade igual a sua, que demora meses pra vir e quando vem, vem forte, e você consegue dar uma solução pra ela com apenas um telefonema, uma única ligação e a pessoa esta lá. Gente, que simplicidade. Até no tipo de saudade eu tenho azar, a minha é chata, insistente, tão costumeira que eu já convivo relativamente bem com ela. A gente vem se respeitado, convivendo bem e nesse acordo, ninguém machuca ninguém. Mas quando ela bate forte, ela me machuca com mais força, por que infelizmente eu não consigo dar solução pra ela com apenas um telefonema.
Contigo, eu vivo me arrependendo, me arrependo de ir, de ficar, de falar, de calar, de te atender, de desligar, me arrependo de fazer, de negar. Me arrependo de tudo que faço contigo. Me arrependo de ser pra você “aqueeela” vontade, só “aqueeela” vontade. Me arrependo por você ser todas as minhas vontades, “aqueeela”, aquela, AQUELA, essa, e a outra. A da manha e a da noite, a camuflada, a de sempre.
Alguns casos são vaidade, egoísmo, luxuria, mas o meu caso contigo é remorso. Do consumado ao apenas imaginado. Mas eu vou, vou te encontrar mesmo assim. Sei que vou me arrepender mesmo, e já que o remorso é certo, vou tentar me livrar pelo menos da saudade.

Um comentário:

  1. Parabéns , de verdade !
    acompanho cada um dos seus textos , até sei alguma coisa sobre o que voce passou , mas prefiro não me identificar pois passei pelo mesmo que você , só que antes de você ! hahaahaha '
    mais uma vez você arrasou no texto e tomara que seu livro fique pronto logo *_*

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