
Uma semana depois ele parou de ligar, parou de mandar mensagem e eu comecei a me sentir a pior das criaturas, me senti adolescente, menina insegura sem ninguém para ninar-la. Quando resolvi te ligar, já era tarde, era tarde por que eu tinha apagados os teus números da minha agenda, e eu ficava na esperança de uma mensagenzinha só pra eu poder pegar teu numero e te ligar, te explicar, cobrar explicações, só eu te ouvir. Não sei ao certo se isso faz de mim uma mulher forte e cuidadosa... A vida me presenteou com cicatrizes, daquelas profundas, que doem quando o tempo muda, que deixam claro o trauma. Quem já se afogou, não vai desafiar o mar mais de uma vez. E eu... Eu estou querendo saber se fiz a coisa certa, querendo provas concretas se fiz a coisa certa. Querendo insistentemente saber, se foi certo sumir e deixar ele pensar que eu não estou mais afim, e assim, deixando o caminho aberto para outras serem ninadas e mimadas por ele.
Ele me fazia mulher, me mimava, me fazia menina, me ninava. Eu mulher, ninava o homem que se dizia meu.
E agora, mulher forte e corajosa que sou, fico aqui, esperando esse celular tocar, querendo uma oportunidade pra dizer que ando querendo ser tua menina, mulher. Por que meu peito anda apertado e eu ando me sentindo vazia, pelos cantos, por dentro. Eu não te dei a possibilidade de se explicar, nem sei ao certo se você tinha que fazê-lo, mas agora, eu que tenho que me explicar, mas não sei como fazer, não tenho como fazer... Eu perdi você, eu te excluí da minha agenda.