terça-feira, 19 de junho de 2012

Olhos tristes.


Eu acordei tão bonita hoje, eu realmente merecia passar o dia maquiada, merecia ouvir os elogios e olhares que recebi. Minha sombra tinha brilho, o meu blush tinha brilhinhos e minha boca tão rosinha, mas meus olhos estavam tão opacos, tristes, pareciam olhos de vidro. Sabe aquela ausência de brilho que define um olhar que esta com um choro contido? Eu classificaria assim o meu olhar.
Pouco falei, existia um nó tão grande na minha garganta, eu aperto absurdo no meu peito que eu só abria a boca pra soltar aquelas piadinhas acidas, aquele humor amargurado que todos adoram, mas que no fundo é pura tristeza.
Sinto o gosto amargo desse humor na minha boca, essa mesma boca que esta segurando um mundo de sentimentos misturados, essa boca que quer soluçar de tento chorar. Chorar sim, por que também o direito de sentar e se afogar nas próprias lagrimas. Mas eu, a dona dessa boca e de todo o resto, preferi me esconder atrás dessa maquiagem e esconder os meus olhos de tristeza, preferi me calar e fazer os outros rirem com meu humor sádico, daquele tipo que faz piadinha da própria dor, só pra não chorar, só pra provar pra si que aguenta.
Por mim, esse texto nunca seria escrito, ele nasceria na minha cabeça e morreria ao vento, sem nunca ter tido a dignidade de ter um leitor. Mas eu precisei escrever, precisei usar os meus olhos tristes pra chorar, borrei minha maquiagem e estraguei minha mascara. Sou uma mulher, mulherzinha chorando na frente do computador por um motivo que não deveria existir. Esse é o choro de quem não pode fazer nada, só sentar e ficar segurando na minha bandeja de ouro tudo o que eu posso te oferecer, todo o meu melhor e até os meus defeitos, que dependendo do ângulo ficam bonitinhos. Eu to aqui, te aguardando com o meu melhor, só falta você me desejar e vir buscar. Por que eu quero aprender todos os jeitos pra te deixar feliz. Eu já te disse que eu passo seu terno, costuro suas meias e até varro sua varanda. Eu te disse que sou sua.
E bem no momento que eu vou retocar a maquiagem, que eu vou retocar o meu sorriso, percebo o quanto é ruim te desejar tanto e ter que esperar, ter que compreender e ver o teu lado, só por que eu não quero que os teus olhos fiquem tristes, assim desse jeito que os meus estão. E isso faz de mim uma boba, uma boba com olhos tristes e tão seus.
Hoje eu disse pra meio mundo que estava bem, hoje eu quase acreditei na minha mentira.
Culpei minha uma suposta dor de cabeça pelo silêncio, mas a dor real era em outro lugar, porem eu nunca teria coragem de assumir. E no fim do dia, agora eu me sinto uma babaca, mas uma babaca que consegue bem aguentar bem o que sente. Uma babaca que não é fraca.
Uma babaca que só quer a segurança de ter aqueles olhos quase negros à dois segundos dos meus e saber que aqueles olhos, agora tão alegres, brilham por mim. 

sábado, 16 de junho de 2012

Só pra saber se você queria ficar.


Eu quis te ligar, só pra dizer que eu estou sentindo um medo absurdo que você suma da minha vida, quis ligar só pra você me confirmar que quer ficar, pelo por enquanto. Eu quis ligar, eu liguei e você não atendeu, meu medo piorou. Meu medo piorou e eu não podia te explicar. Como te explicar? Eu não sei me explicar.
E eu fico olhando pro meu celular, eu fico esperando o barulhinho de sopro que faz meu coração disparar. Eu canso, a ansiedade me comprime e eu coloco o celular no mudo, tenho vontade de desliga-lo. Odeio ser aquela que fica olhando com esperança pra um celular, e odeio muito mais a necessidade repentina de ouvir sua voz. Odeio ser “a que precisa”, apesar de esporadicamente gostar da sensação. Agora eu quero ser precisada de volta.
Só quero que você apareça e me faça ficar normal de novo. Não quero saber por onde esteva, apesar do medo por achar que esteve com alguém. Quero que você apareça ainda hoje.
Na realidade, eu quero dormir, nunca tive coração pra lidar comigo e não é agora que eu deva te culpar. Eu acabei comigo, simples. 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Feliz dia dos namorados :)


Dia doze de junho, dia dos namorados. Quem é solteiro tá na merda, quem esta namorando está feliz e quem está enrolado tá confuso.
Confesso me incomodar com os solteiros que dizem estar muito felizes e satisfeitos com a solidão nesse dia, por que pensem bem, se todos resolvem demostrar amor, carinho, paixão e afeto e o máximo que você recebeu foi um “feliz dia dos namorados” daquele seu amigo ou amiga tão encalhado quanto você, não dá pra se sentir muito querido e desejado.
Eu confesso odiar o dia dos namorados e normalmente, eu já começo a me revoltar quando maio acaba. Já vou me preparando pra ver todo aquele amor, aquele mimimi e esse ano ainda tem toda aquela graça de “não passo o dia do índio com o índio”, e eu te pergunto meu caro amigo, você já desejou passar o dia do índio com um índio? Creio que não.
Não fomos feitos pra sermos sozinhos e esse frio piora tudo, e realmente não é vergonhoso sentir falta de alguém nesse dia, principalmente por que os casais felizes tem aquela preocupação em demostrar pro mundo o sentimento lindo *-*, mas ninguém pensa nos solteiros. Ninguém pensa em ninguém nessa merda, então não há o que fazer.
Revelar toda a sua raiva e solidão nas redes sociais é algo muito justo, já que a rede é social e o que eu vi de declaração hoje não está no gibi.
E por incrível que pareça, eu mal me lembrei que hoje era o dia dos namorados, não desejei que os casais explodissem, ouvi musicas românticas o dia todo e estou incrivelmente romântica. Eu nunca quis passar o dia da arvore com uma arvore, se bem que passar o dia do escritor com um escritor me parece uma ideia linda!
Passar os outros 364 dias do ano solteiro é bacana, nos quatro dias de carnaval é divertidíssimo e por mais que eu tenha passado o dia numa boa, eu adoraria receber flores, um cartão, um poema ou qualquer outra coisa bonitinha de amor, mas eu não recebi e não vou morrer de inveja de quem recebeu. Acho que sou até um ser humano melhor.
Resumo da coisa, relaxa que amanha tudo volta ao normal, as pessoas guardarão o amorzinho pros telefonemas e mensagens no celular, e você vai poder voltar a reclamar que ainda é quarta e desejar a sexta feira. 

domingo, 10 de junho de 2012

Meus pedaços pela rua.


Hoje eu me arrumei pra você, fiz unhas, cabelo, separei a roupa, fiquei linda pra você. Fiz isso tudo chorando por que realmente achei que seria a ultima vez. Sentei no sofá e chorei de novo, só que dessa vez com mais vontade, eu tinha esperanças que as lagrimas secassem e que quando eu te visse, eu poderia estar linda e com cara de forte.
Fui andando até o metro fazendo força pra manter a classe, eu não iria sair chorando pela rua, mas eu estava com tanto medo de perder você que eu deixei uns pedaços meus caírem pelo chão, não tive tempo pra voltar e buscar, eu estava fazendo muita força pra não chorar.
Eu nem sabia se estava fazendo a coisa certa, se eu realmente deveria até você e me abrir mais um pouquinho, te mostrar mais um pedaço do meu coração de moça. Passei muito digna pelas estações de metro que me levam ao seu bairro, não chorei, mas o caminho foi triste e normalmente ele costuma ser tão feliz.
Cheguei antes de você, como de costume. Eu olhei pra rua e estava chovendo e eu chorei de novo, ali em pé no meio de pessoas estranhas que me olhavam, eu não me importei, estava mais preocupada em me recompor pra quando você chegasse.
Você chegou, eu te abracei com o corpo e te beijei com alma. Fomos de mãos dadas de baixo do seu guarda chuva grande, eu grudada em você e morrendo de medo que você me escapasse pelos dedos. O silêncio era perturbador e fazia toda a força do mundo pra não chorar, então pedi pra você falar sobre qualquer coisa só pra eu ouvir sua voz e parar de ouvir minha cabeça. Você zombou das minhas mãos frias e eu morri de medo que você não fosse mais esquenta-las.
Sentamos e eu me enfiei no teu peito, me aconcheguei e chorei, eu estava com tanto medo de nunca mais ter aquele abraço. Você me abraçava e pedia calma, secava minhas lagrimas que rolavam pesadas pelo meu rosto. Você me beijava e eu sabia que já estava chegando a hora. A minha vontade era de agarrar nas suas pernas e dizer:
Não vai, por favor! Eu estou com medo de você não votar.
Cada lagrima que chorei foi uma frase que não consegui dizer, já que quando choro ele vem e dá um nó na minha garganta. Quando eu chorei sem te olhar é por que a minha cabeça fervia de coisas lindas pra te dizer, daquelas que não você se importa, mas que eu sinto e te escrevo do mesmo jeito. Eu apertava forte tua mão e pedia cigarros. Usei meu humor acido pra fazer piada da coisa toda, mas era só eu te olhar nos olhos que meu coração apertava e ficava morrendo de medo. Eu me agarrada no teu pescoço e chora mais um pouco, dizendo que você não tinha culpa de nada, que a vida é assim existem certas coisas que não dependem de nós.
Chegou a hora e você foi me levar na estação, foi a caminhada mais triste da minha vida. Eu apertava sua mão e sentia mais uns pedaços meus caírem pelo chão. Eu estava a 3 minutos do abraço que poderia ser o ultimo, do beijo que poderia finalizar alguma coisa. Eu já estava morta de vergonha, minha cabeça doía e eu só queria que você ficasse.