sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Que o relógio esconda a poesia

A minha cabeça funciona de forma complicada, o meu grande erro é me conhecer demais. Vou reconhecendo certas atitudes e fingindo que não sei de nada. Fecho os olhos bem no meio de uma curva na estrada. Talvez exista um pouco de covardia em mim, ou muita, já que eu mal consigo aceitar a existência dela. Me finjo de cega até onde dá, mas em certos dias, eu não consigo.
Ai eu fico assim, escrevendo um texto nas entrelinhas, falando sem dizer nada e ainda sem coragem de abrir a boca.
Os pensamentos fluem sem minha ordem, coragem vem e eu não a escondo.
Hoje poderia ser um dia comum, mas o destino quis que fosse um mau dia.


Que o tempo não se prenda.
O relógio esconda a poesia.
O olhar não tenha reflexos.
E o infinito seja visto.

Que a maquina de escrever
dê vida ao livro em branco.
A parte em branco ganhe vida.
Que o lírio se perca entre estrelas.

Que a caminhada ao vendo
liberte os pássaros presos por ai.
Que ao encontrar a arvore, eu possa balançar
e recordar da caveira coroada.

Mesmo depois do tiro da 9 mm,
e do incio, quando assumi de onde vim...

Mesmo depois de tudo, o  texto continua escondido.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Brincar com fogo.

Jurei que morreria de saudade nas primeiras noites que passei sem você. Não era sem o teu corpo ou a tua voz, era uma ausência definitiva, você não era mais meu. Por um descuidado do destino eu ainda era sua, e como você não existia mais na minha vida, eu fiquei só.
As noites se tornavam infinitas, o sono fui substituído por lembranças boas e uma necessidade sem fim de entender onde eu comecei a te perder. Você não estava mais ali.
O corpo inquieto e confuso, parecia buscar o teu afago e eu não conseguia conter o meu inconsciente.
Por inúmeras vezes pensei em te ligar e implorar um pouco mais, me humilhar um pouco mais e algumas vezes eu o fiz. E o tom da sua voz piedosa, me partia um pouco mais.
Me tranquei a dor do abandono, com o drama, as lágrimas e todas as lembranças. Eu que era mulher sua,  a princesa dos teus dias, me tornei passado dentro do meu quarto.
Com o tempo, as noites deixaram de ser infinitas, a dor passou a vir como brisa, o sono retornou e eu voltei a ter dono. Eu me recuperei e mesmo ainda te tendo em mim, sou minha.
O cheiro do teu perfume ainda suaviza o ambiente, mas os teus olhos já não me roubam lágrimas nem brilho. Logo eu que achei que morreria de saudade, hoje percebo que sei brincar com fogo.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Inteiro

Os meus olhos refletem o meu desejo
Inquieto, indiscreto, insaciável.
Você passa e eu já quero te devorar inteiro
Secar-te os fluidos, marcar a pele.
Deixar meus gemidos eternizados no ar.
Lambuzar-me com teu gosto
Senti-lo preso na garganta.
Você passa e eu já quero que você me tome.
Dome.
Marque meu corpo e tire meu ar.
Me abuse, force a entrada
Eu não te nego.
Sou tua.
Te quero.
Não peça, me invada.
Eu sempre estou a te desejar em mim
Com força.
Sem pena.
Você me toca, meu corpo responde
Minha boca saliva e eu quero te engolir inteiro.
Fazer teu corpo tremer.
Me pega forte
Abafe meus gemidos e faça meu corpo virar do avesso.

Te quero agora só de te olhar.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Da forma errada.

Você deveria ter sido o homem da minha vida. Deveria ser sido o porto seguro mais eficaz do universo. Deveria ter sido muitas coisas, já que tinha uma grande chance não mãos, mas acabou se tornando o exemplo de tudo que eu não quero ser.  Uso a minha força pra tentar passar por cima da dor, dor que já deveria ter sumido ou já ter deixado meu corpo imune. Mas eu te amo mesmo! Acredito que nunca consiga deixar de amar. Mas teu amor me destrói por dentro, me sufoca e oprime. Um estranho amor.
A presença amedronta e a ausência parece ser a melhor solução do mundo. O meu colo me deixou cair no chão. A segurança me deixou tremer de medo. A paz me apresentou o caos.  A companhia me deixou sozinha. Você me limitou e destruiu.
Ao amor que deveria ter sido o exemplar, eu procuro a distancia. O coração já não aguenta e o corpo ainda indo pelo mesmo caminho. O meu primeiro amor nasceu errado, cresceu torto e sozinho. Infelizmente não consegui cura-lo.
Acredito que ele viva pra sempre, longe de você e apenas em mim. Vai me ensinar a ser melhor, vai ser o que me permitirá nunca ser um amor que machuca.
Mesmo sem você plantar o meu amor floresceu. Floresceu e morreu sem ser colhido.
Hoje ele é cansado e precisa existir em outro canto. Eu estou fraca e preciso me reconstruir em outro lugar.

Adeus.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Eu sempre precisei

Não a melhor forma de começar a dizer essas coisas, não sei mesmo. São muitos sentimentos, lembranças ruins e sei que a maioria delas você nem deve se lembrar. Por me sentir muito diferente e ser sensível demais, meu cérebro sempre acabou por me fazer “esquecer” as coisas que mais me machucam. Vou tentar lembrar de algumas , mas quero deixar bem claro que não quero que minhas palavras machuquem mais você.
Eu escolhi escrever por que me sinto mais a vontade assim. Desculpe se não foi desse jeito que você imaginou, mas esse é o melhor que posso fazer agora. E quero deixar bem claro que estou falando das minhas magoas e dos seus defeitos que eu não gosto, em nenhum momento estou dizendo que você seja um monstro e que não faça nada de bom por mim. Por favor não coloque palavras na minha boca. Qualquer duvida, me questione.
Basicamente eu me sinto emocionalmente ferida pelo seu jeito de manipular as coisas e eu realmente acredito que você abusou e abusa do minha personalidade mais dependente. Você sempre fez eu me sentir culpada e a pior pessoa do mundo... Durante muito tempo eu realmente acreditei. Hoje em dia não posso afirmar que já não penso assim. 
Eu te acho malvada, não sei ao certo como isso funciona em você, não sei se tenta lutar contra, eu não posso afirmar. Mas eu sei que você usa palavras pra me ferir e faz de proposito. Não entra na minha cabeça que você faça certos tipos de crueldade sem querer, você sabe da minha sensibilidade e por mais que eu tentei deixar pra lá, isso é algo que me machuca muito. Não sei se você tinha boas intenções, que você quis me deixar mais dura, mas você só conseguiu me deixar mais dura em relação a você. Você faz as coisas, não assume e não é só por que eu não te confronto que eu não percebo e me magoo. Não vale a pena conversar, você não assume que esta errada e SEMPRE me faz sentir culpada. Não sei se foi com um proposito ou se por falta se sensibilidade. Te ver desse jeito não é bom, nunca foi bom pra mim.
Durante a infância eu me sentia sozinha, buscava abrigo em Esther, coisa que faço até hoje, já que  simplesmente não consigo confiar em você, não consigo confiar que você estará ali caso fosse preciso. As vezes que recorro até você é por teimosia, por achar que algo pode mudar e que sei lá, teu instinto  possa aflorar do nada. Eu me afastei de você por me sentir mais segura assim.
Sinto que você tem algum tipo de diferença em relação a mim, durante muito tempo achei que era por eu ser uma pessoa  horrível. Já cheguei a conclusão de que tem algo em mim que te incomoda muito, algo que você não consegue controlar quando tem raiva de mim. Você me fere e faz de proposito. Não sei se se arrepende depois, mas eu sei que nunca me pede desculpa. 
Na minha cabeça, você é a única pessoa do mundo que deveria cuidar de mim e você não faz, talvez a culpa seja minha. Ou então a culpa não seja de ninguém.
Somos pessoas absurdamente diferentes, talvez isso te incomode. Essa semelhança física tão grande e sem nenhum traço teu de personalidade. Eu já tentei te entender de todas as formas. Em todos esses anos, eu juro que tentei. Até hoje eu tento. Meu erro pode ser esse também, tentar entender tudo e todos, me sentir inferior ao ponto de preferir calar. Algumas pessoas dizem que você faz essas coisas pra me manter por perto, outras acham que você tem ciúme de mim por alguma coisa, eu particularmente acredito que tenha algo em mim que te incomode muito. Você me ama muito, eu sei e imagino que deva ser difícil sentir esse tipo de coisa. Pessoas me julgam, pessoas que não convivem com você principalmente. Por muito tempo achei que a culpa era minha, talvez por ser muito levada. Talvez. Mas pra mim isso não justifica, mas pode ser uma possibilidade.
 Eu não quero ser cruel, e tentei muito não ser, desculpa se fui.
Você é vingativa e isso é muito ruim, principalmente quando você se vinga de uma criança.
 Você tem uma politica de terror, e isso acabou comigo.
Te acho má por me ‘crucificar’ por coisas que você não faz, por colocar responsabilidades suas em mim e não me ajudar nem um pouco a carregar. Você afirma que também não pediu pra nascer. Nunca recebi um apoio seu e eu sempre precisei de apoio. E eu sempre precisei de você. 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Quase...

Espero por dias em que eu passe quase perto da sua rua e não me sinta quase completamente sua, ou quase completamente vazia sem você.
Você deixou de fazer parte dos meus assuntos de bar, mas insiste em ser meu assunto de bêbada.  A lembrança do teu olhar quase me atravessa a alma, me arranca um pedaço e me faz chorar. Mas eu sou forte, fiquei bem melhor depois que a insônia passou e eu queimei tudo que tinha o seu cheiro. Eu precisava te arrancar de mim, o teu cheiro me enlouquecia e eu te procurava sempre que caia no sono. Quase enlouquecedor.
Eu sou quase feliz, estou quase bem, quase em outra, e volta e meia quase te ligo antes de dormir. Mas eu não sou culpada! A culpa é do trajeto do meu ônibus. Ele passa quase perto da sua rua e alimenta a minha vontade de te ver.
Talvez eu esteja louca, mas certamente eu ando morta de saudade! Saudade de como você sabia anular a existência de tudo que me tirava o sorriso, das orelhas, do jeito de umedecer os lábios. Saudade de achar que você era meu. Ou quase.


Espero pelo dia em que eu não te veja em outros corpos, que eu não lembre mais o seu cheiro e nem a textura do seu travesseiro, que eu perca seu endereço e que eu não precise mais do “quase” pra tentar deixar a minha situação menos patética.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Um presente

Venha para os meus braços
Vem assim, do jeito que estiver.
Eu cuido da sua barba
E massageio as suas costas.
Podemos acompanhar o sol se por
Ver a tarde virar noite
Enquanto sentimos nossas peles coladas.
Eu mexo no seu cabelo e estrago seu penteado.
Com meus carinhos,
Prometo tirar todo o seu gel.
Quero deitar ao seu lado em lenções brancos
Com movimentos calmos te faço transpirar,
E ofegantemente sussurrar meu nome.
Quando repouso minha cabeça sobre teu peito
Hipnotizo-me ouvindo seu coração bater.
O silencio se transforma em poesia
E eu durmo tão entregue em seus braços.
A noite vai virar dia
E eu te banharei antes de irmos.
Beijarei teu rosto, teus olhos
Amarei teu corpo.
Teu cheiro ficará preso em meus poros
E quando eu estiver sozinha em minha cama
Te sentirei comigo e a solidão não terá o mesmo gosto.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Invasor da minha solidão.


Talvez eu precise de um pouco do silêncio da tua presença, do barulho do seu sono e do banho. A paz que me vinha ao ouvir seus barulhos em outro cômodo. Te sentir ali comigo, mesmo que passasse o tempo todo sem dizer nada.
Catar as tuas bagunças, guardar o leite e colocar as meias dentro dos sapatos. E aquele sorriso no canto dos lábios que me vinham quando você me surpreendia de alguma forma.
Preciso de espaço! Do espaço que insistia em roubar do teu armário, espaço que eu usava pra infiltrar um pouco mais as minhas coisas no meio das suas, do espaço que eu tinha quando invadia teus banhos com toda a minha má intenção.  Ou então, eu só precise do espaço que eu tinha na sua vida.
Quem sabe eu precise recomeçar. Assim, recomeçar de onde parei. Como naquela tarde, que caminhávamos pela rua e eu me equilibrava no meio fio. Você me fez rir, eu perdi o equilíbrio e cai. Rimos mais ainda e você me ajudou a recomeçar. Recomecei ouvindo o som da tua risada como motivação.
Preciso de espaço dentro do teu espaço, entende?
De uma gargalhada que seja fruto de uma bobeira sua, de sentir minha pele arrepiada por um toque seu ou de limpar o espelho embaçado por causa dos teus banhos escaldantes.
Minha vida se tornou algo banal, repleta apenas dos meus silêncios. O casual entra, umas bebidas, cigarros, bares e um ou outro corpo. Mas nada disso consegue chegar perto de completar meus silêncios.
É uma necessidade quase angustiante! Faz falta onde não deveria fazer. Você acabou se metendo onde não devia. Sua respiração está fazendo falta no silêncio do meu quarto. A roupa que roubei de você já não tem mais o teu cheiro, esse cheio da tua pele que tinha o poder de acalmar até o meu mais profundo medo.
Eu aprendi a viver sem a tua presença ativa, sem a tua voz, brigas, conversas e tudo mais. Você não foi justo, se meteu na minha solidão. Existe muito de você no meu vazio. Como seguir se meu silêncio precisa de você?


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dia dos namorados fail...

Confesso que lembrava mais do dia dos namorados quando eu estava sozinha, lembrava com todo o desgosto mundo e uma vontade de explodir todos os casais do mundo. Nesse ano eu tenho um namorado e virei uma bichinha apaixonada, será que o povo por ai anda querendo que eu exploda? 
Hoje é quarta feira, se a sua cabeça for boa você nem vai notar que hoje é dia dos namorados. Mas caso você não consiga deixar isso passar despercebido, tente focar naquelas pessoas que tem uma amor verdadeiro para cada data festiva, aquele amigo que disse ter encontrado a mulher da vida dele ano passado e nesse ano ele já esta com outra. Foque nos casais que começaram a namorar no dia 11/06 e já estão trocando juras de amor. Você também pode olhar as pessoas que criticam os casais (apaixonados ou supostamente), rir com a armagura que a solidão traz porque se é preciso achar graça da desgraça. 
Uma boa pedia é sofrer e chorar, principalmente se a tua mulher esta postando foto com outro cara, se teu"homi" esta de amorzinho com a nova namorada dele, se o seu irmão mais novo tem namorada ou se nem aquele cara que tu dá uns pegas te ligou hoje. Não podemos esquecer que a noite é dos solteiros e que você pode sair, zuar e encher a cara... Não, não pode. Hoje é quarta e não tem nada pra fazer. 

Obs: Pensar no carnaval ajuda... funcionava sempre comigo.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O desenho dele.

Os desenhos não fluem com tanta facilidade, a ponta do lápis toca a folha branca e seus olhos encaram fixamente o papel quase virgem.
O corpo esta presente, mas a mente navega em outro plano, numa dimensão onde a vida é simples e a brisa é sempre fresca. Uma lágrima solitária rola pelo rosto enquanto a ponta do lápis machuca o papel. Quando ela finalmente percorre todo o rosto e cai na folha de papel, o pensamento até então contido invade a sala como uma ventania. A inspiração chega e arrepia a nuca, o coração batia acelerado e as mãos trabalhavam com afeto enquanto a mente tentava não lembrar. O rosto de João nascia naquele papel vindo de uma lembrança fresca, os lábios dela diziam "João" com a delicadeza de um peito que machuca por saudade.
Ela pensava e até conseguia ouvir a voz dele dizer "Ca-ta-ri-na", "Catarina", como se realmente ele estivesse olhando pra ela com aqueles olhos sempre afetuosos, como se aqueles lábios quase finos pudessem sorrir de volta, pudessem confortar o corpo e tranquilizar a alma.Ele veio consolar uma dor que ele mesmo causou, veio confortar um coração e segurar o orgulho que impedia as lagrimas de serem livres. 
João, João. Simples e bobo. 
A voz dele parecia invadir o corpo dela, esse corpo que era cheio de orgulhos e medos.
"Catarina. Linda. Minha, mesmo que só na vontade."
O desenho ficou pronto. João sério mas com olhos risonhos, exatamente como fazia quando estava prestes a dizer "Catarina" com a devoção.
As lagrimas nasciam em seus olhos num gesto de total desrespeito ao orgulho. Cah chorou sentada, pressionando a ponta do lápis contra o folha de papel até ela quebrar. Acendeu um cigarro e levantou, enquanto João a via partir mais uma vez. 

domingo, 5 de maio de 2013

Um pouco do teu amor.


Você diz que eu deveria agradecer a você por todo esse amor. Amor que você insiste em afirmar ser real. Confesso já ter acreditado no teu teatro, eu jurava que éramos pessoas de sorte pela pureza do nosso amor. O teu amor me trai e não me respeita, teu amor me ridiculariza na tua mesa de bar de confiança e eu apenas sinto que sou motivo de risos e compadecimentos. Eu te amo e essa realidade me causa vergonha. A dependência desse teu amor que me fere e castiga acaba sempre silenciando as minhas reclamações. Porque não importa onde você passe o dia, se o teu ponto de descanso for a minha cama eu vou tentar me convencer que você ainda tem algum tipo de consideração por mim.
Não poderia dizer que teu amor é totalmente ruim, meus olhos sempre otimistas, fazem questão de procurar e engrandecer suas qualidades, engrandecer o pouco de atenção e cuidado que recebo de volta. Olhos que valorizam qualidades e se fecham pras mentiras.
Teu amor já me feriu a carne, já me deixou com marcas do teu ciúme sem sentido. Teu amor ainda me faz sangrar por dentro. Confesso com culpa e o nojo de mim, que  monto uma cara de confiante e sempre duvido quando alguém vem me contar as aventurar do teu amor, sempre tão meu.
Você usa meu corpo como eu não estivesse ali, aliviasse sem se preocupar com as minhas vontades de mulher. Agarra-me enquanto dorme, me cheira, faz carinho e eu chego a me emocionar com a delicadeza.
O teu amor me diminuiu como mulher, cortou-me a independência e agora eu nem consigo ir embora. Na realidade, eu nem sei se quero... Já não me reconheço mais. Meu amor, teu suposto amor me destruiu, pegou minha auto estima e me devolveu como humilhação. Das vezes em que eu cheguei perto de desistir, teu amor desceu do altar e veio chorando jurando lealdade, lágrimas que sempre me amoleceram as pernas, calavam minha voz e criavam duvidas na minha certeza. Teu amor nunca mais me arrancou sorrisos. Teu amor não é mais meu.
Amor, eu preciso viver. Por favor, preciso que o teu amor me deixe em paz e deixe de amar.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Treze de outubro de dois mil e doze.



E quando eu menos esperava... Quando eu já ate tinha desistido... Você apareceu na minha vida. E foi assim, simples como a brisa. Talvez eu não devesse dizer, não sei... Isso é bem constrangedor pra mim. Sinto-me boba, sabe?
 Você já namorou muitas vezes, já se apaixonou muitas vezes e tudo pra mim é novidade. Na minha cabeça, gostar estava diretamente relacionado à sofrer, acho que por isso que eu sempre ficava sofrendo por antecipação.
Achava que ser sozinha era mais seguro, por que quando não se sente nada, nada doí.
Ai você apareceu e eu senti tanto medo, muito mais do que eu te disse e deixei você perceber.
Sentia medo por estar feliz, por ter sorrisos que eram provocados por um certo olhar, pelo teu.
Parece todo um drama, eu sei, dai que vem a minha vergonha. Antes de você eu não sabia que gostar de alguém podia deixar a vida melhor. Poderia me dar vontade de ser melhor.
Por você eu resolvi parar de fugir. Por você eu achei que valia a pena a risco.
Eu não fui a lugar nenhum e esse mérito e teu, esse e todos os outros. Eu sempre tão egoísta, sempre tão dentro da minha bolha... Sempre tão minha. Agora eu quero crescer, ser melhor e foi você que conseguiu me fazer ver essa confiança e vontade que tinha em mim, mas eu não enxergava.
E eu te agradeço assim, por mais um texto. Expondo-me um pouco mais.
Te escrevo por sentir tantas coisas boas por você. E você é o dono dos meus textos tão reais, meus textos felizes. Aqueles textos que minha mente não conseguia criar sozinha. Contigo eu sinto que não preciso me esconder.
Eu gostaria de poder te dizer essas coisas pessoalmente, pra você poder ver nos meus olhos o bem que você me faz.
 Obrigada por ajudar a brotar em mim essa vontade de ser mais, ser melhor.

“É você que tem
 O colo qu'eu
Deito e descanso
É tão teu
Meu coração aflito e manso
É você que tem
 Na pele a luz
Cor da coisa mais segura
Qu'eu já vi
Formar na mácula escura
É você que tem
 Nas tuas mãos
Meu choro de mulher”*

Você me tirou do meu esconderijo.


*Trecho de "É você que tem" - Mallu Magalhães 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Encanto


Eu falo do encanto
De te olhar nos olhos
Sorrir de canto
Mostrando a maldade do meu desejo.
Do encanto do teu cheiro
Do gosto da tua mordida
O calor do teu peito deitado em minhas costas.

Eu falo do encanto do teu corpo
Do poder que tem sobre o meu.
Da leveza que me arrepia
Força que me marca.
O olhar que devora e acalma
Do sexo viciante.

Eu falo do encanto do sorriso bobo
Das nossas caretas
Da paixão que domina
E troca os sorrisos
Por respirações ofegantes e gemidos.
A beleza de ser um corpo.

Eu falo do encanto dos teus olhos quase negros
Da perfeita cor da tua pele
Do abraço que me aperta toda enquanto dorme
Do beijo na testa que respeita um corpo que é seu.
A inspiração que você me dá
E principalmente da minha sorte por ser tua.

terça-feira, 12 de março de 2013

Enquanto eu era tua.



Enquanto eu era tua, não fui de mais ninguém,
 Não por falta de vontade, mas por simplesmente não conseguir.
Como um ato involuntário de recusar tudo o que não era você.
Usando a solidão como esconderijo
Beneficiando-te com a vantagem sobre qualquer outro homem mais interessante que você.

Enquanto eu era tua, andei por outras estradas,
Visitei outros lugares, provei outros sabores e texturas.
Conheci ombros mais fortes que os teus e barbas mais alinhadas.
Passei noites vazias e divertidas, mas nunca encontrei um olhar igual.
Mas sempre acabei sonhando com o teu corpo.

Enquanto eu era tua, não desisti de viver
Encarei o abandono como estimulo e sai pelos bares.
Em dias de sorte eu achava uma boca parecida com a tua
E  beijava por longos minutos imaginando ser você
Mas era sempre oco e meu peito continuava batendo igual.

Enquanto eu era tua, as pessoas não me ouviam dizer teu nome
Esse mesmo nome que soava como poesia em minha cabeça.
Um fantasma vivo que só era visto por mim. Tão assombrada.
Nas vezes que meu corpo falava mais alto, ele tremia de prazer e eu só lembrava do teu rosto.
Um sexo sujo e rápido. Um olho no olho vazio. E eu tão tua.

Enquanto eu era tua, minha alma era preenchida pelo vazio da saudade
Por todas as noites, bares e corpos dessa cidade.
Não consegui namorar mais ninguém, nem dormir em outros braços.
Não sei ser metades, fui completamente tua enquanto fui tua.
Chorei tanto tentando deixar de ser... Que hoje sou minha.

Quando eu não fui mais tua, as estradas ficaram mais belas
Minhas inspirações vieram pela janela e eu pude sorrir melhor.
Quando fui minha,  te guardei num lugar secreto e sem dor.
Ainda sorrio ao lembra de você, o fantasma de olhos lindos que já não assombra mais.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Alguém que não sabia amar.


E naquele determinado momento eu me deparei sentindo amor. Eu pensava que meu coração nascera sem essa habilidade e principalmente, eu tinha a certeza que meu corpo e mente não seriam capazes de suportar a pureza do sentimento. Eu estava te amando mesmo sem você acreditar em mim. Eu sentia algo inexplicável, as palavras acabavam se negando a descrever tamanha beleza. E ele era absolutamente melhor do que todos os meus sentimentos inventados. Mesmo sem a experiência que eu julgava necessária o meu coração amou e todo o meu corpo se tornou mais forte por isso, como se fosse exatamente isso que faltava.
Todo aquele fogo transbordava pelos meus dedos e eu criava pra ti minhas mais sinceras poesias. Poesias do amor que queimava o peito de verdade, da vontade que se consumia em saudade. Eu existia ali, com meu amor nas mãos tentando te provar que era verdade.
Você pensava ser empolgação do momento, que era apenas uma paixãozinha mais forte. Afirmava com a certeza que quem já se iludiu me acusava com frases verdadeiras eu não podia me defender. Mas eu amava e ainda amo.
Numa tarde de um dia nublado, num daqueles dias estranhos... Você suspirou como alguém que queria dizer algo e me olhou com olhos de medo. Eu senti um arrepio na espinha e um furdunço na barriga, pensei no pior e senti meus olhos que antes sorriam lacrimejarem por uma possível dor. Então, disse que me amava. Chorou e me fez jurar fidelidade e companheirismo. O arrepio tomou conta de todo o meu corpo junto com um sorriso, o sorriso mais lindo que já sorri.
Num dia feliz você se foi. Foi sem dar valor às promessas e sem nunca ter acreditado no meu amor. Eu fiquei aqui, visitando outros bares, bocas, corpos e camas. Fiquei te escrevendo sonetos e teu nome em folhas em branco. Eu estou aqui e permaneço quase no mesmo lugar.
Eu choro em noites frias, lembro teu rosto e odeio tua existência. Você não cumpriu o combinado e hoje esquenta um corpo qualquer, um corpo que nunca te amará como o meu.
Ainda sinto amor suficiente pra te achar em outras pessoas, pra não falar mais de você e fingir que esqueci a cor dos teus olhos. Eu negarei com toda a força do orgulho que restou em mim.
Mando-te recados em alguns versos, escrevo pra ti, mas entrego pra outra pessoa qualquer.
Em todas as manhas seguintes eu acordei sentindo amor. Dor. Confusão. Rancor. Talvez seja melhor assim, um amor meu que é de alguém, um amor com nome e sobrenome. Um fantasma de ninguém.