terça-feira, 27 de março de 2012

A sorte no azar.

Desde o dia que você banhou meus seios, eles tem rejeitado minhas mãos. Aviso-te por espanto, pois, realmente não sei de onde vem tanta harmonia. Não sei se eu deveria estar com medo, às vezes acho que sim, mas sempre acabo achando graça no romantismo do desastre. No meio a tanto azar, dei sorte. O tempo tem voado, acho que andamos rindo demais... Ou então, é o fato de que estamos respirando perto demais, não sei ao certo, mas deve ser isso.
Eu gosto muito do cheiro, principalmente quando fica em mim. E tem os cigarros, que acalmam, tragadas bem fundas pra relaxar uma suposta tensão, e eu acho graça. O gosto da boca o meu preferido, lembra da harmonia que espanta? Então, ela se faz presente aqui também. Por que além de eu gostar do gosto, eu aprecio muito a forma como beija, beija e envolve, como se isso fosse a coisa mais fácil do mundo.
Outra noite, ele calou minha cabeça, logo ela que nunca para de falar. E ainda deixamos uma cama bem bagunçada, tipo aquelas de filme.
Dei sorte ao me sentir pequena, bem pequenininha, ao ponto de ser tirada do chão com facilidade, de poder encostar a cabeça no ombro, de me sentir pequenininha até mesmo quando eu domino por cima.
Ele gosta de números, mas eu prefiro as palavras e por incrível que pareça, a gente consegue falar a mesma língua e como falamos. Os teclados alfanuméricos são realmente coisas lindas dessa vida.

sexta-feira, 23 de março de 2012

De verão.

Hoje a tarde choveu. Chuva forte com ventania, e eu estava na rua, sem guarda chuva. Foi chuva de verão, assim como você, veio desestabilizando tudo sem se importar com as consequências, e depois, indo embora como se a sua missão tivesse sido comprida. Ela me molhou e eu pensei em te ligar, seria engraçado se tivéssemos pego a mesmo chuva. Seria romântico do nosso jeito. Mesmo distantes a mesma chuva nos molharia, confirmando assim a nossa eternidade, que pra você teria bem breve fim, mas que eu ainda não conseguir entender. O jeito foi ir pra casa molhada mesmo, incompleta.
Ele se foi e quebrou todo o romantismo que existia em meus olhos, ficaram uns cacos espalhados pelo chão, esses cacos que eu ainda insisto em catar pra me montar de novo. Quando chegou, me montou perfeita, e depois me espalhou em mim. Tem pedaços meus por todos os lados.
Veio me refrescando, molhando a minha terra seca, me trazendo esperança. E eu não sei como me livrar de todos esses vestígios... Todo esse drama veio por causa de uma chuvinha! Agora a boba esta aqui, relendo poesias antigas e pensando onde é que ele deve estar... Já não penso mais se ele ainda pensa em mim, há um tempo parei de desejar respostas que parassem a dor. As coisas são como são e eu preciso aceitar isso. Não há motivos pra ressentimentos, ele me fez bem o tempo todo, mas passou. Passou e eu fiquei, fiquei aqui, querendo ir junto.
Não curto mais os romantismos de antes, eles me causam dor, a dor da ausência, sabe? Era lindo ver os olhos dele brilhando por causa do jeito que eu via as coisas, quando eu falava da lua e das estrelas, das arvores e de como ficava inquieto pra ler logo o que eu estava escrevendo. Aquela chuva acabou comigo, merda!
Estou com uma vontade louca de ligar e perguntar como eu faço pra me montar e, principalmente, ver se realmente ficou com ele aquele me pedaço importante, aquele que segura o corpo todo. Por que de tudo que conseguir juntar de mim, esses montinhos do meu eu, não fazem o menor sentido. Reconheço cada parte, sei que sou eu, mas não sei onde coloca-las. Tem um terço meu em pilhas e dois terços espalhados pelo mundo.
Hoje a noite não tem lua, é nublada e fria... E eu só queria que ele viesse, não que voltasse, mas que entrasse e me fizesse ser quem eu era antes de olhar naqueles olhos e retribuir aquele sorriso.

domingo, 4 de março de 2012

Sentindo falta de você


Começou a chover e eu fiquei triste. Dias quentes com chuva a noite são sempre românticos eu não tenho ninguém pra abraçar. O meu mal é amar demais, se fosse só carência, tudo bem, porque ela é fácil de ser resolvida. Vai-se ao cinema, jante com alguém, ele te faz carinho e você fica melhor. Mas eu, eu quero amar. Quero borboletas no estomago, quero que alguém sorria ao pensar em mim e quero saber que ele também esta fazendo isso, quero dormir agarrada. Sinto falta acordar com um cheiro no pescoço, de brigar por ciúmes e rir disso depois. Quero ir comprar lingerie da cor preferida dele, fazer a comida preferida. Quero escolher nome de filhos, de planejar filhos. Sinto falta de ser “explorada” só por que ele esta com preguiça, de receber meus óculos na mão quando sou a ultima a acordar, de ser um casal, de ter alguém pra falar sobre meus romantismos bobos e diários. Sinto muita falta de ouvir um eu te amo, de dizer eu te amo. Sinto falta de ser de alguém, sinto falta de ter você, meu amor que ainda não conheci. Quero reconhecer nossos cheiros misturados no lençol da nossa cama, sinto falta disso tudo que ainda não consegui viver. Eu amo demais e nunca amei ninguém, meu coração bate em ironia por isso. Minha família, meus amigos, meus livros, meus autores preferidos são muito amados, as minhas coisas são muito amadas, mas a parte do amor eros esta vazia, então eu fico assim. E por mais que eu tente relaxar, sair e me divertir, conhecer uns caras novos, ou até mesmo sair com os antigos, eu sempre me sinto traindo o cara certo, toda vez que eu encontro um cara errado. Gastando inutilmente a minha intensidade em um relacionamento que eu sei que não vai certo.