terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Eu prefiro você longe

- Você não esta no direito de falar nada, de pedir nada e muito menos de tentar justificar nada. Você tem que ficar sentado ai e me ouvir. Por que eu devo ter cara de idiota, de ombro bom pra chorar ou sei lá. Quanto tempo se passou mesmo? Você se lembra?
- Quase quatro anos...
- Quase quatro anos que você...
- Quase quatro anos que eu sumi.
- Então meu “melhor amigo”, depois de você ter arrumado aquela vadia. Sim vadia, eu a chamo de jeito que eu bem entender. Você sumiu, você simplesmente me deixou, parou de me atender, não me recebeu mais na sua casa, me excluiu das redes sociais, evitou os lugares onde eu estaria. O meu suposto melhor amigo, você seu filho da puta, que passou uma semana na minha casa, chorando no meu ombro por que os seus pais tinham se separado. E depois que voltou pra sua casa, continuou chorando no meu ombro por isso.  Quando você brigava com o seu pai era pro meu numero que você ligava às quatro da manhã. Eu era sua melhor amiga. Porra, você seria o primeiro padrinho do meu casamento, o padrinho mais legal do meu filho. Erámos como irmãos, irmãos escolhidos pelo coração. Você pedia conselhos a mim, e eu sempre te ajudei com suas mulheres. Até que você a conheceu, não sei que tipo de xoxota mágica ela tem, mas ela conseguiu te afastar de mim, te afastar da minha família que também era sua, já que você frequentava a minha casa desde que você tinha 14 anos. Mas voltando a sua xoxotinha mágica, ela te roubou, você foi embora e não me deu nenhuma explicação.
- A culpa não foi só dela...
- Na moral, não defende ela! Eu sei que a culpa não foi dela, afinal, ela não era nada minha. O erro foi teu, foi você, mesmo sabendo da importância que eu dou pra coisas (coisinhas e detalhes), foi você que mandou uma caixa pra minha casa com tudo o que eu tinha te dado. Porra, tu tem noção de como eu fiquei na merda? Tem noção do quanto eu me senti traída?
Erámos amigos merda, o que ela achou? Achou que o amor ia surgir logo agora que ela tinha aparecido?
Eu perdi o meu melhor amigo, eu perdi a única pessoa que sabia de tudo, sabia de todos os meus medos, as minhas dores e que sabia mais do que ninguém que eu não ia conseguir me virar sozinha! Em que momento você deixou de se preocupar comigo? Você quebrou suas promessas, não me ligou nos meus aniversários. Caralho, tu fingia que eu não existia!
- Eu... Me perdoa...
- Lembra a festa de aniversário da Tayla? Aquela festa que milagrosamente você foi, mesmo sabendo que eu estava lá? Lembra que você agiu como se eu fosse uma estranha, uma pessoa que você nunca tinha visto na vida? E você era o meu melhor amigo, Eu me senti um nada cara.
Olha, eu sei que a minha mãe deixou você entrar. Olha aqui, essa é a caixa das coisas, nas nossas coisas que você me mandou de volta, mandou eu me desfazer. Faz o que quiser com ela, joga fora... Foda-se também. Eu sabia que você ia voltar, sabia que quando ela te largasse, você ia ficar assim, sozinho e o meu colo seria o único lugar que você ia se sentir seguro. Mas esse colo não é mais seu. Nesses quase quatro anos, eu me prometi todos os dias que eu não manteria mais nenhum tipo de amizade contigo, que eu deixaria você se foder sozinho.
Pega a caixa e sai do meu quarto, fique a vontade pra continuar não fazendo parte da minha vida.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Deitada.

Deitada, respirando alto, respirando fundo. A cabeça esta fazendo hora extra hoje, sem tempo nenhum pra relaxar. A mão esta apoiada no peito, por pura medida de precaução, em algum momento, alguma coisa pode saltar dali. Suspiros. Admite estar com medo, um medo bem grande quase que um pavor. Sente uns nós na garganta, no peito e nos olhos, isso explica perfeitamente a dificuldade de se expressar, de sentir e de chorar. Eu consigo ver tudo daqui.
Ela tem medo da instabilidade emocional dele, da instabilidade que o julga ter. Então ela foge, se justifica e sofre. Por não entender a intensidade, por pisar num terreno onde os caminhos não são conhecidos e principalmente, por não ter certeza se vai conseguir controlar isso tudo dentro do maltratado peito. Quando olha em volta, percebe que o domínio não é dela, que as regras não foram escritas pelo seu punho. Mas mesmo assim ela quer, quer sair por ai vivendo as emoções da vida, a espontaneidade de quem age por impulso... Mas ela não sabe, ninguém a ensinou a ser assim.
Eu olho pra ela e vejo a confusão em seus olhos, sinto o medo nas lagrimas caladas, lagrimas que rolam fugidas, sendo eliminadas antes mesmo que consigam ter a dignidade de rolar por todo rosto. Lagrimas ilegais. Ela não quer chorar... ninguém quer ser fraca aqui.
Respira em silêncio, tenta ouvir o coração bater. Pega o celular, quer ligar... Desiste.
O medo habita o seu coração e ele não consegue entender isso, ela é insegura e ele só piora tudo.
Quer desistir, sumir, fugir de tudo aquilo que faz com que os seus sentimentos e emoções saiam do seu controle. Tudo esta muito confuso, e ela só quer aquele peito pra se acalmar. Quer a calmaria de quem causou o desespero. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Irritação.

Se ele pensa que isso vai ficar assim, ele esta muito enganado! Desde quando isso virou bagunça? Chega irritadinho, fala comigo no telefone de qualquer jeito, sem a menor paciência e depois acha que esta tudo bem? É assim que funciona? Eu por acaso sou alguma babaca? Estou louca pra discutir, mas não dar a confiança de ligar! Quem fez merda que corra atrás!
Olha só, ele já esta quase chegando em casa e ainda não me ligou. Postou uma penca de coisas no mural do facebook hoje, esta felizinho. Lindo pra minha cara isso, lindo.
Eu estou pra conhecer alguém que consiga me irritar tanto quanto o Breno, porra! Ele sempre faz essa graça, me irrita muito depois some. E eu fico aqui revoltada o dia todo! Não entendo como pude me apaixonar por esse cara... E entendo menos ainda como isso virou amor.
Hoje eu iria pra casa dele, mas preciso esperar ele se desculpar... Tudo bem, tenho que esperar ele me ligar.
- Bê, já cheguei em casa, tô cansadão, já está vindo?
- Não sei Breno, não sei. Você já esta mais calmo? Pretende ser estupido comigo de novo?
- Bê, não começa cara, se arruma e vem logo. Eu te amo tá? Vou tomar banho e ficar cheirosão pra você. Aqui a gente conversa.
Ele faz pra me irritar, EU SEI! Mas é tenso, eu estou com saudade, muita saudade! Mas eu não vou ceder hoje a gente conversa!
Eu cheguei e ele me pediu um abraço, e só de olhar aqueles olhos, a minha irritação já minha tinha diminuído. E aquele abraço é o melhor do mundo. Eu ainda tentei sair daqueles braços fortes, tentei deixar claro a minha irritação, mas assim que eu abri a boca, você me beijou, mexeu nos meus cabelos, e segurou firme a minha cintura. Meu corpo já estava mole, e você me jogou na parede, me olhou firme nos olhos e disse:
“Estava morrendo de saudade de você, minha bravinha.”
Essa voz parece ter um poder hipnotizador sobre o meu corpo e minha mente, ele me irrita tanto e logo em seguida, consegue me deixar desse jeito, tão calma, tão linda.
Gosto tanto do jeito como você consegue me domar, hoje de manha eu era uma louca revoltada, resmungona e que fala sozinha, e agora eu sou essa menininha calma, tão aconchegada em teus braços. O teu carinho faz os meus dias valerem a pena. O cheiro da sua pele, esse cheirinho de banho, esse cheiro de Breno, age em mim como um calmante.
- Amor, por que você me irrita assim?
- Julia, por que você é tão teimosa e cabeça dura?
- Eu perguntei primeiro.
- Você se irrita por tudo, e eu abuso disso você, adoro quando você entra aqui toda cheia de atitude e eu consigo domar essa mandona que existe em você. E você acaba assim, feliz e satisfeita... caladinha.
- Você é muito idiota!
- Por isso que você me ama. Vem aqui, deita no peito do homem que te cuida.
E eu deitei, porque eu preciso dele, dessa irritação, dessa loucura toda, desse peito gostoso de dormir, dessa barba que me espeta, desse humor que consegue me deixar em níveis absurdos de irritação. Mas toda a irritação sempre passa, basta eu olhar os teus olhos. Eu acho que te amo mesmo Bê, seu irritantezinho.


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O inicio do fim.

Meu Deus, será que ele desiste nunca? Por favor, para de ligar Du... Du? Du porra nenhuma! Para de encher o meu saco Luiz Eduardo Machado, vulgo traidorzinho de merda!
Devo estar sendo vitima de algum tipo de tortura psicológica moderna, não consigo ver outro motivo justificável pra ele ficar me ligando, mandado sms, e-mail e mensagens no meu mural, fazendo tudo isso sem parar.
“Minha vida, eu não sou ninguém longe de você. Por favor... Sou um fraco, um fraco! Eu tô sofrendo tanto! Volta pra mim!” – Você tem uma nova mensagem – Quem vê assim, até pensa que a filha da puta sou eu. Principalmente, quando você fica choramingando e dizendo pros meus amigos que eu terminei contigo. E como ninguém sabe da história (até por que eu não, eu não sou nenhuma babaca pra sair contando a minha vergonha por ai), eu viro a “boba que perde um cara legal por capricho”. A minha vontade é de falar, de gritar por ai:
“O Luiz Eduardo é um traidor, um desleal, um belo d’um filha da puta mentiroso. Um babaca que não pensou duas vezes antes de meter o pau naquela piranha oportunista! Está ai, esse é o cara legal de vocês!”
Droga! Eu não aguento mais essa vontade de chorar, essa vontade de sumir. Vou desligar essa merda. Ele conseguiu me ligar 64 vezes em duas horas, mais de vinte mensagens que eu apaguei antes mesmo de ler. Eu vou acabar surtando.
Eu pareço uma personagem daquelas comédias românticas bem sem vergonhas, algum personagem criado por uma mente criativa e ligeiramente perturbada. Era tudo tão perfeito, ele parecia ser o amor da minha vida. Nesses três anos, ele sempre se fez tão confiável, sempre me pareceu tão sincero, com o tempo, conseguíamos ficar cada vez mais perfeitos, mais perfeitos um pro outro. Eu me orgulhava tanto na minha confiança em você, essa era à base do nosso amor. Você me traiu, eu vi. Vi com esses olhos que eram teus. Aquela cena fica na minha cabeça, ela me persegue, no banho, nas minhas leituras, no meu sono, nas minhas idas a padaria pra comprar sorvete, eu vejo você metendo o seu pau nela. Você meu, sendo dela. Usando a boca que dizia me amar pra beija-la .Isso tem uma semana, e eu estou aqui falando sozinha e sentada na janela, eu to chorando, a punhalada nas minhas costas ainda está sangrando. Olha, eu te amo tanto, mas tanto que eu vou acabar te perdoando, vou te perdoar por não conseguir ficar sem você e principalmente, pra que você possa assistir ao meu lado, o meu amor desmoronar do nosso penhasco. Quero que você assista de camarote a minha mudança, quero que você sinta o meu rancor, sinta a dor desta traição. Não vou te largar por que eu não vou conseguir viver ser você, eu preciso do teu cheiro. Mas o meu amor não tem mais alicerces, e eu não precisarei de muito tempo pra me recuperar, por que já já, ele vai morrer de vez, e a culpa não será minha. Amanhã, eu pretendo te atender, ouvir suas explicações, te perdoar e começar a acabar com isso.