quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Segunda carta.

Oi amor, colei uma foto nossa na parede, nossa que péssimo jeito de começar uma carta. Você deve estar rindo, fazendo que não com a cabeça e pensando: Mas é mesmo uma doida. E agora, você está rindo de novo, mas dessa vez mostrando os dentes, rindo gostoso por que eu sabia o que você ia fazer sem nem mesmo estar perto. Eu te amo. Estou com uma saudade de te dizer isso. Está uma delicia falar sozinha pela casa, sem ter você me perguntando pra quem era aquela falação, pra você ou pra mim mesma. Mas, eu sinto muita falta das nossas discussões pelas vezes que eu estava falando contigo, e você pensando que eu estava falando sozinha, me ignorava. Nossa, como eu ficava revoltada, e você meu amor, ficava tão confuso... Mas no fim a gente sempre ria, morríamos de rir as custas das minhas doideiras e da sua paciência. Já faz duas semanas que estou aqui, confesso estar amando cada dia mais, ando escrevendo bastante, lendo muito e comendo mal, que preguiça de cozinhar só pra mim.
Ah, voltando a nossa foto, á encontrei dentro de um livro que você me deu a uns dez anos atrás, da época que éramos amigos. Você deve se lembrar do dia que a tiramos, por que eu não me lembro. Lembro da época, você com um cabelo super estranho, e eu, magrela com cara de revoltada.  E você vai sorrir e dizer que eu ainda tenho cara de revoltada, e agora, eu estou sorrindo. Como isso acontece hein? Eu acabo te sentindo perto, sempre. Eu te sinto aqui. Na quinta, eu cai no corredor, fui correr e cai. Fique a vontade, pode rir. Eu ia pro quarto e quis ir correndo, eu tinha tido uma boa ideia, e não sei como, mas eu embolei com os meus pés e cai. Fez um barulhão e eu esperei sua risada e só tinha silêncio... Dessa vez eu chorei sem rir, foi triste e eu ainda fiquei com um baita hematoma no joelho. Fui pro quarto mancando, tinha esquecido a tal boa ideia e já estava achando que essa não era uma boa ideia. Quase voltei pra casa, juro. Mas eu pensei melhor, fui dormir.
Eu te amo tanto Vinicius. Te fiz poesias, mas só te mostrarei em casa, na nossa casa. Todas muito bobinhas, algumas te farão rir, tenho certeza. As que eu mais gosto, escrevi chorando e sei que você não ligará muito pra essas. Não se sinta mal por isso.
Neném, eu te amo, te amo, te amo. Sei que você odeia que eu te chame de neném, mas eu estou longe e com saudade, tenho esse direito!
Segunda semana sem você, segunda semana sozinha. Segunda semana sem sexo. Segunda carta.
Esta tudo ficando muito claro pra mim, mas essa clareza esta longe de ser esclarecedora.
Amor, Vi, Neném, Ursinho e todos aqueles apelidos fofos que te irritam, eu te amo.
Mil vezes te amo. Mil beijos.
Sua Adriana, seu amor.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Primeira carta.

Vinícius,
Depois eu resolvi acabar com tudo, confesso que de certo modo, eu fiquei mais feliz. Não por não viver mais com você, mas por estar vivendo algo realmente novo. Acordar a hora que quero, não precisar fazer café, comer o que eu quiser, não ter que brigar pra poder assistir programas femininos na Discovery H&H. Eu não fazia ideia de como seria bom não ter ninguém pra interromper o meu silêncio, pra desmarcar meus livros. Nunca tinha sido tão livre assim. Antes de você tinha os amigos com quem eu dividia um apê e antes deles, tinham os meus pais. Eu não acho mais toalhas molhadas em cima da minha cama, nem roupas espalhadas pela casa. E agora, eu posso sair espalhando livros e papeis pela MINHA casa. Posso passar quatro horas escrevendo um texto sem ninguém gritando gol, xingando um juiz ou me perguntando onde estão os biscoitinhos. Não quero que pense que fui infeliz ao seu lado, nunca ouse pensar isso. Você foi tudo que eu sempre quis, mesmo com isso citado acima. Sem sombra de dúvida, você foi o mais paciente e o mais compreensivo. Nunca conheci alguém que respeitasse tanto a minha imaginação, que não se sentisse traído pelas minhas historias.
Você me disse que ninguém termina, ou dá um tempo em algo com tantos elogios. Disse isso e sorriu, sorriu bonito. E eu me senti feliz e mais segura por saber que você nem chegou a pensar que existia outra pessoa. Eu sou sua, e você sabia disso. Eu sei que você é o certo, você é o cara, o meu cara... Mas eu tinha que sair, fui sabendo que morreria de saudade.
Na primeira vez que esqueci a toalha na hora do banho, eu te gritei, lembrei que estava sozinha e sorri. Chorei meio que rindo, ou sorri meio que chorando. Resolvi voltar para o chuveiro, rindo e chorando. Deixei a agua bater na minha nuca. Senti saudade. Lembrei de nós. Sabia que se você estivesse aqui, eu te gritaria e você fingiria não ouvir, eu sentiria saia e sairia do banheiro nua, molhada e morrendo frio.  Irritantemente, você estaria na porta do quarto bloqueando a passagem e brigaria comigo e eu riria, você diria que eu ia secar o chão e a gente acabava transando, fazíamos amorzinho de corredor. Eu não sentiria mais frio. Mas de qualquer forma, eu secaria o corredor. Como agora, mas secarei sozinha, sem amorzinho e com frio.
Olha, eu te amo. E espero que você esteja bem. Obrigada por entender as minhas necessidades, por mais estranhas que elas sejam. Obrigada por confiar em mim. Quando você vier aqui, vai ficar doido, isso aqui tá a minha cara, e isso aos seus olhos, significa bagunça. Você nunca veio aqui, mas eu te sinto impregnado por todos os cômodos.
Eu estou bem, estou feliz de um jeito diferente, mas estou vazia de você.
O combinado é uma carta por semana, essa é a primeira de algumas, não sei ao certo quantas.
Eu te amo.
Até.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Emocionalmente dependente.

Mesmo sabendo que você não vai ler, e que provavelmente eu queime essa merda assim que eu acabar de escrever... Eu preciso te dizer que essa saudade está me matando! Você, folha de papel que eu firo com a minha escrita forte e dolorida. Você me amor, que eu vejo aqui, nas minhas letras, palavras e pensamentos. Você que nem deve se lembrar de mim...
Chego a crer que você se assustaria ao saber o tamanho que esse sentimento ainda tem, que eu vejo seu rosto em todos os caras com quem me envolvo e que é você que eu sempre desejo na minha cama. Essa babaquice de amor está sendo muito real pra mim. Sempre foi. Eu me apaixonei por você assim que eu te vi e seguindo essa ordem, eu deveria me “desapaixonar” assim que você me deixou. Você não liga, não manda uma msg, nada! Será que eu não mereço um “oi”, assim pelos velhos tempos, pelas noites quentes e pelos dias frios... por nada?
Queria saber quem está fazendo seu Toddy cheio de frescura... Será que ela já sabe todas as suas frescuras de cor, assim como eu?
Não que fosse perfeita, mas eu te amei, decifrei e compreendi. Eu respeitei todas as suas limitações e coisinhas. Sempre acabo me perguntando se fui boa demais, se te amei demais... Eu deveria ter sido uma safada, ter mentido, saído escondido! Deveria ter ouvido as minhas amigas e transado com os seus!
Se eu tivesse ficado te perturbando com mensagens, te ligando pra sempre, tudo bem, você teria motivos pra sumir assim, mas eu não fiz isso.
Você não quis mais e eu aceitei. Chorei como nunca havia chorado, mas não pedi pra você ficar. Amor não se pede, não se implora.
Você foi e eu continuo aqui no mesmo lugar, bem aqui, encontrando rastros seus pelo meu quarto. A umas semanas, dentro de uma mala, eu achei sua cueca roxa de bolotas amarelas, como eu amo essa cueca. Você comprou pra me irritar, mas eu te achei lindo com ela. Eu quis chorar. Vesti sua camisa, a única que ainda tem seu cheiro, e voltei a me perguntar qual foi o exato momento que eu comecei a perder você. Eu não choro mais, só as vezes, quase nunca.
Estou me acostumando com essa situação de deficiência emocional que você me presenteou. Ando pela metade por ai, mas já consegui achar meu equilíbrio. Tenho meus momentos ruins, mas estou me achando, estou vivendo sem você.
Certamente, você deve pensar em mim em alguns momentos, deve sentir saudade, nem que seja com alivio. Sabe, é muito ruim ter necessidade de alguém que não se importa com você.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Beija eu.


Todos sabem que tudo começa com um beijo e ás vezes, termina também. Beijos são importantes na vida, e eu, ultimamente, ando querendo ser beijada. Não um beijo qualquer, daquele tipo que um cara da balada te dá, ou aquele seu “ficante” ou namoradinho que você só usa pra dar um jeito na carência. Nada sério, nada com amor, um pouquinho de afeto, e com sorte, muita química. Esses tipos de beijos são muito vazios, beijos que na maioria das vezes, querem algo em troca. Beijos não precisam de desculpas, beijos são beijos, beijos são lindos.
Ando querendo ser beijada, por um beijo daqueles que entram no meio de frases, fazendo tudo ficar de lado, perder o sentido e a importância. Aqueles que te tiram a irritação, que acabam com brigas. Beijo de bom dia, com bafinho matinal e tudo, que faz o seu dia começar mais bonito, mais simples e mais alegre. Eu ando querendo beijos intermináveis, mas não precisa ser até os olhos mudarem de cor, mas só pra eu me sentir única com a outra pessoa, assim de um jeito puro, sem ter que ter “obrigatoriamente” sexo depois. Estou falando de beijos puros, e esse a gente não encontra muitos na vida. E que seja assim, igual pros dois. Beijos não precisam de desculpas, mas são capazes de explicar muitas coisas. Os que são vazios não explicam nada, são cansativos e entediantes,  porém casualmente uteis. Casualmente.  Mas quando viram normalidade,  eles passam a ser tão tristes. Beijos tristes. Ninguém quer uma vida de beijos tristes e casualmente uteis.
Eu quero um beijo lindo, intruso que me deixe sem ar, que me tire a noção de tempo, a linha de raciocínio. Quero ser beijada por alguém que queira um beijo puro, daqueles que explicam, aqueles que explicam tudo. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Aos seis anos.

Nessa minha vida, eu posso dizer que só me apaixonei duas vezes. Duas, só duas.
Aquela paixão toda, que faz o coração parecer que vai sair do peito e ir ao encontro da pessoa supostamente amada. Já gostei de alguns, poucos, mal preenchem uma mão. Já morri de tesão por mais alguns. E realmente acreditei que daria certo com uns dois ou três.
Minha primeira paixão foi aos seis anos, se bem me lembro. Gostei dele até os doze anos. A coisa mais platônica que já senti e vivi. Meu primeiro choro por amor também foi aos seis, me lembro muito bem, eu estava no banco de trás do carro do meu pai, sentada no meio. Meu pai estava ouvindo um pagode, a música me tocou e eu chorei. Nem sabia ao certo que coisa estranha no peito era aquela, mas sempre passava quando eu ficava perto dele. Erámos melhores amiguinhos nessa época. Com o tempo a gente se afastou, mas continuamos da mesma turma, e eu ainda tinha cinco horas diárias pra olhar aquele ser lindo. Todo inicio de ano eu torcia pra sentar do lado dele, mas ele era baixinho e eu grandinha, então, eu sempre ficava atrás e ele na frente. Eu me lembro muito bem dele, do cabelo, do sorriso, dos desenhos que sempre fazia, do chiclete preferido, da cor dos olhos, das sardinhas, da personalidade e do gênio forte. Até hoje me lembro do nome dele todo, coisa de criança. O menino que me inspirou o meu primeiro poema, nunca o leu. De certa forma, eu sabia que nunca ia esquecer dele, não sei como eu sabia isso, mas eu sentia. E realmente, eu nunca esqueci, mas na minha memoria, ainda temos doze anos. A segunda paixão foi aos dezessete e durou até os vinte, mas passou longe de ser a coisa mais linda que já vivi, de fato foi a mais intensa, mas não a mais linda. O garoto que me inspirou o texto mais lindo (até hoje) também não o leu.
Eu tive um homem, que com certeza me amou, o mais lindo de todos, que num dia nublado, me consolou de um sonho ruim. O que me olha do jeito mais especial, que me faz realmente me sentir única.  Os outros que diziam amar, eu nunca acreditei, nem por um momento. Homens mentem e a paixão engana. 
Eu já fiquei com caras sabendo que não ia dar certo e insisti só por que eu queria que desse certo com alguém. Já me prendi a caras por puro orgulho, já me desprendi pelo mesmo motivo. Corri atrás de quem eu achava que era o melhor, só por ele se encaixar no meu “tipo”, e já me surpreendi com caras que eu nunca ia querer me envolver. Sou fã do amor desde que me conheço por gente, tenho na lembrança todas as coisas lindas e as coisas feias que esses “homens” já fizeram por mim e pra mim. Mas eu nunca desisti do amor, uma hora ele chega pra mim. Ele esta se guardando, se preparando pra vir lindo ao meu encontro, pra confirmar esse romantismo que transborda em mim desde sempre. E eu vou poder entender, e pensar comigo: Viu, eu sabia aquilo não era amor.
Ou então ele não chega, eu fico velha e amarga, me perguntando por que eu não fui uma idiota vazia, que encontrava o “amor da minha vida” a cada três meses.