domingo, 26 de agosto de 2012

Bom dia


Quando eu me deito numa cama que não é nossa, na cama que é só minha e o único vestígio do teu cheiro que ela tem esta na minha pele, eu sinto certo desconforto que não consigo explicar. Meu corpo sente a tua falta pelos poros, falta da sua pele junto da minha. Inicialmente eu rolo de um lado pro outro, tento achar uma posição e pego mais travesseiros, mas eu quero mesmo é deitar no teu braço quentinho e sentir teu peito nas minhas costas. Eu me lembro dos detalhes, dos pequenos e do jeito que eu me sinto assim que eu acordo e antes mesmo de abrir os olhos, eu sinto sua pele junto da minha. Nem sempre acordamos abraçados, mas sempre com alguma parte do corpo junta. Eu nunca canso de lembrar das coisas, minha mente ferve de lembranças e eu sorrio. Sorrio dos jeitos mais confortantes possíveis. Lembro-me de como gosto que você deite na minha barriga pra eu te fazer carinhos, tirar todos os seus cachinhos e ficar observando o quanto você é lindo. Ver televisão em silêncio de mãos dadas, deitada no meu peito e ouvindo sua barriga falar. O quarto frio fica quente, nossos corpos se aquecem meu corpo treme, teu corpo treme. Minhas unhas te deixam marcas, marcas do bem que bem que faz, de como me sinto viva e cada dia mais mulher, mais tua.
O tempo que passa rápido, tão veloz e implacável, se torna mais lento quando nos beijamos, quando sinto sua boca tão macia acariciando a minha, nossas mãos entrelaçadas sempre com um singelo carinho, um conforto.
Tento te explicar como me sinto feliz e a forma como me acalma e faz meu coração bater no compasso, sem pressa. Você me faz cocegas e sorrio tão feliz, tão entregue.
Meu corpo esta cansado, mas minha mente esta em paz, tão calma e leve. Visto tua blusa e agarro meu travesseiro, e com todo o carinho eu imagino o seu cheiro, lembro do teu semblante calmo quando dorme e dos teus olhos quase negros que tanto me acalmam.
Agora eu durmo, durmo com meu corpo ainda em brasas pelo teu calor que ainda queima em mim. Dormirei de forma mansa, mas ainda sentindo sua falta na cama, sentindo falta do amor que foi feito, mas ainda tenho marcas no corpo pra manter a chama viva. Durmo porque daqui a pouco você acorda e eu ou acabar acordando também. Acordar pra dormir de novo, mas agora com a paz que o teu “Boa noite” me trás. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

L.O.R

Eu me perdi pensando nos olhos quase negros
Olhos que me inspiram e dizem tanto
Mas de fato, deles nada sei.
Esse olhar que me acalma e devora
Mas não sei como me vê.
A boca que me fascina, de sábias palavras
Boca de beijo quente, que me perturba os sentidos
Carnuda e macia, que me tira o foco
Mas que nada me diz.
Meu corpo tem marcas deixadas por suas mãos de desejo
Que me apertam e me roubam um segundo de respiração
. Mãos fortes, maiores que as minhas
Tão hábeis, mas que nada me escreve.
Aquele corpo que tanto me diz
Que nada fala
E mesmo assim eu entendo quase tudo
. Musa não sabe ser poeta
Não domina o campo do dizer
Notar, engrandecer e criar.
Os olhos quase negros do homem que eu possuo
 chamo de meu por abuso
Pela posse da minha arte.
Que pelos meus olhos o fiz musa
E pelos olhos dele
que hoje eu escrevo
O homem que possuo não é de falar
apenas Lê, sorri, me abraça e beija.
|E grandes ficamos assim
tão pequenos em minhas palavras,
E para sempre envaidecidos em meus versos.