quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Brincar com fogo.

Jurei que morreria de saudade nas primeiras noites que passei sem você. Não era sem o teu corpo ou a tua voz, era uma ausência definitiva, você não era mais meu. Por um descuidado do destino eu ainda era sua, e como você não existia mais na minha vida, eu fiquei só.
As noites se tornavam infinitas, o sono fui substituído por lembranças boas e uma necessidade sem fim de entender onde eu comecei a te perder. Você não estava mais ali.
O corpo inquieto e confuso, parecia buscar o teu afago e eu não conseguia conter o meu inconsciente.
Por inúmeras vezes pensei em te ligar e implorar um pouco mais, me humilhar um pouco mais e algumas vezes eu o fiz. E o tom da sua voz piedosa, me partia um pouco mais.
Me tranquei a dor do abandono, com o drama, as lágrimas e todas as lembranças. Eu que era mulher sua,  a princesa dos teus dias, me tornei passado dentro do meu quarto.
Com o tempo, as noites deixaram de ser infinitas, a dor passou a vir como brisa, o sono retornou e eu voltei a ter dono. Eu me recuperei e mesmo ainda te tendo em mim, sou minha.
O cheiro do teu perfume ainda suaviza o ambiente, mas os teus olhos já não me roubam lágrimas nem brilho. Logo eu que achei que morreria de saudade, hoje percebo que sei brincar com fogo.

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