sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Que o relógio esconda a poesia

A minha cabeça funciona de forma complicada, o meu grande erro é me conhecer demais. Vou reconhecendo certas atitudes e fingindo que não sei de nada. Fecho os olhos bem no meio de uma curva na estrada. Talvez exista um pouco de covardia em mim, ou muita, já que eu mal consigo aceitar a existência dela. Me finjo de cega até onde dá, mas em certos dias, eu não consigo.
Ai eu fico assim, escrevendo um texto nas entrelinhas, falando sem dizer nada e ainda sem coragem de abrir a boca.
Os pensamentos fluem sem minha ordem, coragem vem e eu não a escondo.
Hoje poderia ser um dia comum, mas o destino quis que fosse um mau dia.


Que o tempo não se prenda.
O relógio esconda a poesia.
O olhar não tenha reflexos.
E o infinito seja visto.

Que a maquina de escrever
dê vida ao livro em branco.
A parte em branco ganhe vida.
Que o lírio se perca entre estrelas.

Que a caminhada ao vendo
liberte os pássaros presos por ai.
Que ao encontrar a arvore, eu possa balançar
e recordar da caveira coroada.

Mesmo depois do tiro da 9 mm,
e do incio, quando assumi de onde vim...

Mesmo depois de tudo, o  texto continua escondido.

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