
Ai eu fico assim,
escrevendo um texto nas entrelinhas, falando sem dizer nada e ainda
sem coragem de abrir a boca.
Os pensamentos fluem
sem minha ordem, coragem vem e eu não a escondo.
Hoje poderia ser um dia
comum, mas o destino quis que fosse um mau dia.
Que o tempo não se prenda.
O relógio esconda a poesia.
O olhar não tenha reflexos.
E o infinito seja visto.
Que a maquina de escrever
dê vida ao livro em branco.
A parte em branco ganhe vida.
Que o lírio se perca entre estrelas.
Que a caminhada ao vendo
liberte os pássaros presos por ai.
Que ao encontrar a arvore, eu possa balançar
e recordar da caveira coroada.
Mesmo depois do tiro da 9 mm,
e do incio, quando assumi de onde vim...
Mesmo depois de tudo, o texto continua escondido.
Mesmo depois de tudo, o texto continua escondido.